MONTANDO PARA GANHAR!


Quase mudei o título desse post porque eu estava com medo das pessoas acharem que “ganhar” significa ganhar medalhas e escarapelas. Mas deixa eu ser clara: vencer para mim significa desempenhar o seu melhor em um ambiente competitivo. Afinal de contas, não podemos controlar o desempenho dos outros concorrentes. Se um cavaleiro desempenha o seu melhor, então ele está ganhando.

Então porque chamar esse post de “Montando para Ganhar” se eu provavelmente poderia ter dado outro título? Como: “Montando o seu melhor” ou “Preparação Emocional para Cavaleiros”. No entanto, quero deixar claro que há uma diferença entre “montar para ganhar” e “montar para não perder.” A maioria dos esportes competitivos giram em torno das capacidades mentais em permitir que o seu corpo faça o que foi treinado para fazer. Mas vejo muitos cavaleiros competentes entrarem no pista e simplesmente não conseguirem desempenhar o seu melhor.

Por que isso acontece? Há muitas explicações possíveis para este fenômeno, mas vamos nos concentrar sobre o que eu gostaria de abordar. Quando o cavaleiro entra na pista, sua mente deve estar unicamente concentrada no trabalho a ser feito. Ele deve confiar que tem as habilidades necessárias para alcançar os seus objetivos, em vez de questionar as suas competências e habilidades. Um cavaleiro que entra na pista confiante nas suas habilidades e sabendo exatamente o que está sendo exigido na competição, terá a capacidade de se comunicar de forma efetiva com o seu cavalo. E isto é o que eu chamo de “Montar para Ganhar”. Por outro lado, quando se “monta para não perder” gera-se ansiedade, que além de restringir a sua capacidade de montar bem, atrapalha a comunicação com o seu cavalo, fazendo com que ambos virem uma grande bola de nervos!

Para piorar a situação, muito são super analíticos e se concentram no que pode dar errado! Que é a forma mais ineficaz de se ter sucesso. Se você quer ser um cavaleiro eficaz, você precisa se dar sugestões mentais positivas. Por exemplo, quando você diz “Eu odeio tríplice, nunca consigo acertar a distância”. O seu pensamento acaba se tornando quase uma profecia auto-realizável. As chances de você errar serão enormes. É melhor você pensar: “ A tríplice é um obstáculo como outro qualquer, vou montar com ritmo e a distância vai aparecer “.

Recentemente fiz um curso onde tive a oportunidade de conhecer mais a fundo a teoria do Inner Game (Jogo Interior) de Timothy Gallwey, conhecido como o pai do coaching.

Segundo Gallwey: Desempenho = Potencial – Interferência. E geralmente essas interferências estão nas dúvidas, nas suposições erradas, no medo do fracasso e em premissas criadas na nossa mente. E são essas interferências que acabam atrapalhando o seu desempenho.

“Ele também fala da importância de confiar nas suas habilidades e deixar as coisas acontecerem ao invés de ficar pensando nos pequenos detalhes. Super analisar o movimento ou ficar pensando no que deve ser feito. Isto te impede de fazer o seu melhor.”

Então se você quer “Montar para Ganhar, “apenas monte!” Deixe seu corpo fazer o que ele sabe fazer. Monte de forma clara e ocupe a sua mente com coisas positivas. Seu cavalo vai te agradecer por isso. 

Separei algumas citações do livro O Jogo Interior de Tênis de W.Timothy Gallwey, que apesar de ter no título outro esporte que nada tem a ver com cavalo, na minha opinião tem que ser lido por qualquer pessoa que almeja alta performance. 

“Como pode alguém estar conscientemente inconsciente? Parece uma contradição. Entretanto, este estado pode ser alcançado. Talvez a melhor maneira de descrever o jogador que está “inconsciente” seja dizer que a sua mente está tão concentrada, tão focalizada, que é como se ele estivesse inoperante. Ela se volta para aquilo que o corpo está fazendo e as funções inconscientes ou automáticas passam a funcionar sem a interferência dos pensamentos. A mente concentrada não tem tempo de pensar como o corpo está trabalhando bem, muito menos nos “como” da ação. A habilidade de aproximar-se desse estado é o objetivo do Jogo Interior.”

“Os melhores desempenhos nos esportes vêm quando a mente está calma como um lago sereno.”

“Imagens são melhores do que palavras, mostrar é melhor do que dizer, instruções em demasia é pior do que nenhuma, a tentativa consciente muitas vezes leva a resultados negativos.”

“A primeira habilidade a aprender é a arte de deixar de lado a tendência humana de fazer julgamento tanto de si mesmo como do próprio desempenho, classificando-o como bom ou mau. Abandonar o processo de julgamento é um ponto básico do Jogo Interior.”

“Abandonar os julgamentos não significa ignorar os erros. Quer dizer simplesmente ver os acontecimentos como são, sem acrescentar nada a eles.”

“A maioria dos jogadores faria bem em lembrar-se da sabedoria da antiga filosofia yoga: “Você se torna aquilo que pensa.”

“Diz-se que na respiração o ser humano sintetiza o ritmo do universo. Quando está presa ao ritmo da respiração, a mente tende a ficar absorvida e calma. Tanto na quadra como fora dela, não conheço nenhum modo melhor de reduzir a ansiedade do que deixar que a mente se concentre no processo de respiração “.

“Ganhar é superar obstáculos para atingir um objetivo, mas o valor de ganhar só é comparável em grandeza ao valor do objetivo alcançado. Atingir o objetivo em si pode não ser tão valioso quanto a experiência que vivenciamos ao fazermos um supremo esforço para superar os obstáculo envolvidos. O processo pode ser mais compensador do que a vitória em si.”

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Entrevista Tim Gallwey sobre Coaching

Entrevista Renato Ricci – Como o coaching e o Inner Game podem ajudar os atletas?